Nos dias 19 e 20/07 ocorreu mais um evento de ciclismo de longa distancia que participei, o Audax Floripa 300km que teve sua largada lá em Florianópolis, passando por Itajaí e retornando com a volta na ilha. Tudo começou com vários amigos de Joinville se reunindo e lotando a VAN do Vitório com vários guerreiros que enfrentariam um dos brevets mais gelados da série 2014 até então.
Na ansiedade de sair de casa, acabei esquecendo meu colete, fato que lembrei só quando a van já estava em viagem. Prontamente alguns amigos ofereceram coletes que tinham de reserva e não precisei me preocupar com isso, então seguimos viagem a Florianópolis.
Eu e o Ivan Rolim. Foto por Ivan Rolim
No congresso técnico, reparamos que haviam algumas diferenças na carta de navegação e no mapa, mas ainda era algo gerenciável e consegui tirar as dúvidas ali. O fato do trajeto ser identico ao Audax 300 do ano passado me deixou mais tranquilo, mas a navegação também é um dos pontos críticos, então nunca é demais se atentar a isto.
A largada ocorreu na ciclovia da beira mar norte, tive a oportunidade de rever vários amigos e rostos conhecidos de outros Audax, tentei manter a cadência alta para manter o corpo aquecido e segui com vários grupos até a ponte de Tijucas, onde o pessoal que eu estava resolveu socar a bota. Naquele momento sabia que se eu continuasse, meu corpo sofreria algumas horas depois, então resolvi tocar sozinho até o PC1 em Itajaí.
Cheguei no PC1 em Itajai as 2h e encontrei uma enorme comitiva de boas vindas: Cabelo, Maneca, Paulo Turnes, Luciana Klock e a Luiza Ferreira que me ajudaram, conversaram e deram palavras de incentivo, foi muito bacana. Eles aguardavam também outros joinvilenses que estavam logo atrás, comi o tradicional risoto de frango e aproveitei para aquecer os pés colocando uma sacola em cada um, por cima da meia, dentro da sapatilha: assim deveria resolver o problema do vento congelando os dedos do pé, e resolveu mesmo! Fiquei poucos minutos neste PC e segui em frente pois estava frio.
Passando por Balneário Camboriú, me abracei com o morro do boi e fui enfrentando o frio que ficava intenso durante a madrugada. Uma breve parada de alguns minutos no pedágio de Porto Belo pra resgatar um café expresso e água mineral do patrocinador oficial onde encontrei outros rostos conhecidos.
Estava pedalando sozinho durante o pior horário da madrugada, na BR 101 alguns poucos carros passavam e o frio era de congelar os ossos. A falta de alguém para conversar me fez apagar em cima da bicicleta por breves segundos, fiquei lembrando das histórias do Limas que abraçou um pedaço de asfalto quando isto ocorreu com ele. Tentava ao máximo me manter acordado, quando fui surpreendido por dois colegas gaúchos que ficaram preocupados pois disseram que eu havia dormido em cima da bicicleta. Foram muito camaradas me oferecendo uma capsula de cafeína – nunca havia tomado durante Audax – que resolvi arriscar e deu certo, aproveitei o lindo nascer do sol chegando no PC2 quando encontrei o Ismael lá de Floripa.
Eram 6h e me dei o luxo de dormir por mais de 1h neste PC virtual, foi algo revigorante que erradicou o meu sono e renovou as energias. Com o tempo bem administrado, pude ficar parado por 2h neste post de controle, tomei um café bem caprichado e segui em direção ao continente com o grupo do Ismael.
A pedalada fluia bem, todos rindo e contando várias histórias, o grupo era divertido e animado. A chegada no PC3 rendeu uma boa descansada para administrar o tempo nos 75km finais. Em direção ao norte da ilha, a subida do morro da Barra da Lagoa me castigou um pouco e confesso que na subida do mirante deixei o orgulho de lado e empurrei a bike.
Eu de metido na foto com os Cães Sarnentos lá no PC4. Foto por Manoel Behnke
A subida da barra, do mirante, as retas intermináveis do Rio Vermelho são o trecho que eu menos curto em Florianópolis, mas viemos em praticamente silêncio total o grupo até o PC4 já nos Ingleses. Ali encontrei novamente o Jefferson Bruning que também encarou este Audax, além do apoio super bacana do Manoel e do Deivi que carregaram a bateria do meu celular pro Strava aguentar firme até o final do trajeto. Neste PC gastamos bastante tempo, aproximadamente 30 minutos de parada.
Algumas linhas atrás cometi um erro, esqueci de citar que não gosto nem um pouco do trecho no bairro João Paulo, que tem duas subidinhas chatas depois da SC401. Naquelas subidas meu joelho direito “abriu” mas eu ignorei a dor naquele momento, fiz mais força com a perna esquerda e segui para os kilometros finais, a felicidade de chegar e completar era eminente, a dor seria passageira.
Quero agradecer várias pessoas:
- Manoel e Deivi pelo apoio nos PC’s, pelas palavras de incentivo, pelas cargas na bateria do celular nos PC’s para o Strava aguentar todo o percurso e muitas outras atitudes bacanas;
- Eleonésio e Marcio Franciski que me ofereceram seus coletes reserva para que eu não ficasse sem este importante item de segurança;
- Luciana Klock, Paulo Turnes, Luiza Ferreira e outros amigos que vieram especialmente de Joinville para dar apoio e torcida no PC1 lá em Itajaí;
- Ismael e seus amigos de Florianópolis pela parceria de pedalada nos 100km dentro da ilha;
- Minha família que ficou na torcida em casa, acompanhando tudo por SMS, amo vocês!
- Todo o pessoal da Van por rirem muito das histórias do massagista em Joinville, pela companhia e parceria neste evento;
- Todos que não lembrei o nome, mas que pedalaram comigo, me ouviram conversar com as vacas pelo caminho, que mandaram energia positiva ou estão lendo este relato.