Audax Joinville 200km – Março 2014

por Marcelo Rodrigo · Published 30 de março de 2014 · Updated 18 de maio de 2014

O Audax Joinville 200km foi a primeira oportunidade que me inscrevi para realizar a etapa inicial de toda a série Audax 2014 que planejei em concluir este ano. Foi uma ótima notícia receber um Audax na minha cidade organizado pelo pessoal da Della Bikes que já tem boa experiência no estado nesta atividade.

Este Audax foi um pouco diferente pois não tive boas oportunidades de treinar. No início do ano, consegui realizar um sonho, comprei minha primeira bicicleta speed. Comprei uma Soul VT 105 e iniciei alguns treinos de adaptação com ela pois estava vindo da MTB e nunca havia andado de speed. Mesmo com toda a empolgação do brinquedo novo, haviam compromissos mais importantes que o treino, como finalizar a monografia para a especialização e a esposa fez duas cirurgias, que demandaram maior atenção e cuidados.

Mesmo sem treino, inscrição feita e o Audax 200 chegou, a meta era concluir em até 10h. No Congresso Técnico tive a oportunidade de conhecer velhos colegas de pedal que só tinha contato pelo Facebook, como o Ivan Rolim de Floripa e o Eleonésio de Blumenau. Pra variar, mal consegui dormir de ansiedade – mesmo sendo um Audax 200 – e no domingo as 5h já estava no Centreventos Cau Hansen, fazendo vistoria e me organizando pra largada, ali percebi que havia esquecido a camera no carro, OK vamos sem fotos então. As 5:59h um minuto de silêncio em homenagem ao ciclista Egon que faleceu devido a um acidente durante o Audax 400 este ano, lá em Lapa.

As 06h iniciava o desafio. Ir encontrando colegas e amigos nas principais avenidas de Joinville foi uma experiência muito bacana e divertida, na zona sul da cidade eu e o Luiz Fernandes já acompanhávamos o pelotão principal, que andava forte, tentamos aproveitar o vácuo deles. Seguimos até a BR280 onde outro pelotão foi se formando, num ritmo bom, com média acima de 30km/h e chegamos no PC1 que estava abrindo naquele instante, foi algo diferente pra mim. Fui conferir o GPS e vi que no trecho inicial não havia gravado nada, sorte que o Eleonesio emprestou o registro dele neste trecho para que eu pudesse juntar e enviar ao Strava.

Chegando no PC1 – foto por Mauro Fanha

$Primeira vez que chego antes de abrir \o/$

Fila do PC1 – foto por Jefferson Brunning

Energias renovadas, seguimos pela rodovia do Arroz até o pé da serra Dona Francisca. Ali, minha falta de treino com a speed me fez sofrer um pouco. Mas esse sofrimento era algo esperado, justamente por ter rodado pouco com a relação pesada da speed na subida, com relação padrão(39 x 25), que me fez empurrar por alguns trechos e economizar energia.

Esperando no PC, foto por Angela Franciski

Chegando no PC2, descansei por longos 20 minutos e segui em direção a Garuva. Neste trecho a pedalada voltou melhorar e faltando poucos kilômetros para a entrada de Itapoá pela SC413, furou meu pneu traseiro. Furo consertado e segui viagem, mais dois quilômetros já na rodovia para Itapoá, outro furo. Fiz questão de revisar todo o pneu por alguma areia ou sujeira e encontrei nada. Mesmo usando a fita antifuro, o furo veio pela lateral do pneu. Acredito por ter colocado pouca pressão – minha bomba ainda é da MTB com adaptador, então foram só 70 PSI com muito esforço, quase uma mini aula de musculação – os furos foram se repetindo.

Fiz retorno em Itapoá sentido Garuva e o terceiro furo, novamente vamos lá fazer um freela de borracheiro e força na coxinha pra etapa final, faltavam só uns 45km mas neste ponto eu já estava desanimado. Ao sair da SC413 e seguir na rodovia que daria no centro de Garuva, mais um furo. Ali eu comecei a pensar que já era muita falta de sorte, o desanimo bateu e eu sentei na primeira sombra no acostamento para consertar o pneu. Não havia mais câmara de ar reserva e muito menos vontade de socar pressão no pneu, vi muitos colegas passando por mim onde alguns ofereceram ajuda, mas enchi com 60 PSI mesmo e segui em frente.

Consegui me juntar a um pelotão – bem desgastado também – e fomos até o PC3 em um ritmo legal, onde tive a oportunidade de conhecer pessoalmente o Chris Nora, colega de Strava. Eu já estava desanimado, nesta hora queria só finalizar logo e como havia algumas horas de sobra, me dei o luxo de dormir sentado naquele PC por 10 minutos. No trecho final em Joinville, a bike já andava sozinha, eu estava um pouco chateado por conta da falta de treino na subida e pelos quatro furos não ter cumprido minha meta de 10h, mas ficou a lição de treinar mais subidas e torcer pra não furar tantas vezes na próxima heheh.

Ser recepcionado pela família na chegada: tudo de bom!

Na chegada, com minha família – foto por Daiana Souza

Na chegada minha família me recepcionou e todo o desanimo foi por água abaixo, onde uma felicidade geral tomou conta. Completei em 11h de pedal – acima da minha média – mas foi um ótimo Audax. A sinalização estava perfeita, PC’s com ótima estrutura de água, frutas, pão e geléia. Tivemos até direto a uma massagem relaxante na chegada, algo inédito pra mim.